A Casa de Ernest Hemingway em Cuba

Tweet

"O mundo é um lugar agradável pelo qual vale a pena lutar, e eu odeio ter de deixá-lo" ~ Hemingway

Sou um grande fã de Ernest Hemingway. Da sua obra, de seus pensamentos e da forma como viveu a sua vida, de forma totalmente oposta à sua maneira contida e reservada de escrever. Quem não gosta de ler, pode pelo menos dar uma foleada no livro "A Boa Vida Segundo Hemingway" de A.E. Hotchner para uma coletânea bem divertida de frases e pensamentos do escritor, cheio de fotos de suas aventuras.

Ernst Hemingway cresceu em Oak Park, no estado de Illinois. Uma região que ele caracterizou como tendo "gramados largos e mentes estreitas". Ele deixou Oak Park para trabalhar como jornalista, e mais tarde acabou motorista de ambulância na Itália durante a Primeira Guerra Mundial. Ele retornou para casa depois que foi ferido, se casou e mudou para a França. Foi durante este período que ele expandiu suas experiências e aguçou o seu olhar ao conviver com outros escritores expatriados que viveram na França durante a década de 20. Quem não conhece muito bem talvez se lembre do filme Meia Noite em Paris, e da convivência de Owen Wilson com Hemingway e Gertrude Stein, James Joyce, F. Scott Fitzgerald Ezra Pound, além dos pintores Pablo Picasso e Joan Miró. Uma de suas frases mais famosas diz que "Se você teve a sorte de viver em Paris, quando jovem, sua presença continuará a acompanhá-lo pelo resto de sua vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa ambulante".

Depois da publicação de O Sol Também Se Levanta, resultado das suas viagens pela Espanha, Hemingway se divorciu, casou novamente e foi morar na Florida. A casa poder ser visitada, e seu estúdio continua preservado da mesma maneira que era durante os dez anos em que ele viveu na casa, cheio de meórias e troféus de suas viagens e caçadas.

A vida de Hemingway não parava. Em 1934 comprou um barco e navegou pelo Caribe. Ele também viajou para um safari na África e voltou à Espanha como jornalista para cobrir a Guerra Civil Espanhola. Hemingway acabou deixando a sua segunda esposa por uma terceira com quem se mudou para Cuba. A sua casa na ilha foi construida em 1886 pelo arquiteto espanhol Miguel Pascual y Baguer. A residência se chama Finca la Vigia e foi comprada por apenas U$ 12,500! Foi lá que o autor escreveu Por Quem Dobram os Sinos, O Velho e o Mar e Paris é Uma Festa.Sua casa na ilha é hoje um museu mantido e operado pelo governo Cubano. Não é permitido entrar, mas as janelas estão todas abertas para os visitantes observarem cada detalhe da casa exatamente como Hemingway a deixou, com pinturas de toureros, garrafas vazias de bourbon, e até o uniforme que ele usou na segunda guerra mundial. A biblioteca da casa tem uma coleção de 9.000 livros, os desenhos e manuscritos de Hemingway e várias cabeças de animais que ele mesmo caçou.

Em 1945, Hemingway se divorciou novamente mas continou a viver com a sua quarta esposa na casa em Cuba. Juntos se mudaram para Idaho em 1959, onde Hemingway começou a sofrer com uma doença mental comum em sua família. O seu legado é a sua obra escrita, pela qual ele ganhou o prêmio Nobel e um lugar cânone na literatura. O seu estilo de escrever era favorável a simplicidade e economia de palavras, mas o seu estilo pessoal foi igual a sua vida: rico, complexo e muito viajado.